domingo, 18 de março de 2012

Homens incríveis que nasceram mulheres


Balian Buschbaum Yvonne Buschbaum e foi Era uma vez um saltador com vara muito bem sucedida. Aos 27 anos, decidiu contra o soldado esporte olímpico e uma aproximação de sua aparência no seu interior. A mídia reagiu surpreendentemente leve, como é frequentemente o até então conhecido por uma pessoa lésbica realizada a seu plano. "Eu nunca fui uma lésbica", enfatiza Buschbaum, quando se trata de câmaras, "as mulheres que se apaixonaram por mim, sempre foi heterossexual."
Tais declarações tornar o mundo hetero e são felizes antes de fundo Balian até compreensível - afinal, ele está lutando para inclusão no clube dos homens e precisa se posicionar. No "normal" (uma palavra que é como tentar Buschbaum e, geralmente, sem as aspas), o mundo ainda está idênticos meios trans transgêneros e transexuais homossexuais. Isso é besteira. Balian Buschbaum provavelmente nunca foi realmente uma lésbica, porque ele nunca foi uma mulher. E ainda seu livro em círculos estranhos serão discutidos, talvez porque é um sentimento de solidariedade em alguns gatilhos de cena, que o autor nunca ouviu comeu prazo concreto. Em longas distâncias lê "Olhos azuis ficar azul" como justificativa. Buschbaum para cerca de 250 páginas descrevendo sua infância, juventude, antes do tempo e após as cirurgias. Ele nunca perde uma oportunidade de salientar que ele nunca gostou de roupas, nunca brincava com bonecas e adora futebol, esportes e carros velozes. A mais recente flerte com sua coleção de multas de trânsito por excesso de velocidade e deixar claro o Zweiflerinnen passado e que duvidam: Este deve ser um homem. Bocejar.
Balian autobiografia árvore é um arbusto de cimentação dos dois sexos, e enquanto todos os preconceitos esforço que já foi criado por homens e mulheres. Em seu site ele escreve frases como: "Eu vejo todo vermelho como na forma de uma rosa nas mãos de uma bela mulher que cheira. By the way, eu penso: os homens dão flores mulheres e eles ficam "conjunto, seis, meu querido ..
E a escrita, que ele sabe "ambos os lados"? Quando ele nunca foi um ... Oh, o que o Parreira. Finalmente, Buschbaum um "homem comum", heterossexual, branco, e de casa bem situado. Talvez seja pedir demais para lidar com dualismos e hierarquias. Talvez o seu caminho era difícil o suficiente. E pelo menos para as mulheres-macho pessoas transsexuais, uma peça de mostruário chique e bem sucedido pode muito bem ser encorajadora e útil. E foi assim que um pouco mais as pessoas entendem: transgender, queer ou homossexual não é, necessariamente, e também, infelizmente, nenhuma garantia para o surto de hetero-normativa fanatismo.

Tania Witte
Balian Buschbaum, "Olhos azuis são azuis. Minha vida ", Krueger Verlag, 252 páginas, 17,95 €

sábado, 21 de maio de 2011

Entrevista/Jean Willys: ‘Vou sentir saudade do CORREIO’

O agora deputado federal pelo Psol do Rio de Janeiro se despede da sua coluna no jornal baiano


O jornalista agora é deputado pelo Psol

Redação CORREIO

Durante dois anos, o jornalista e escritor Jean Willys  alimentou as edições do CORREIO com um ingrediente que sabe manusear como poucos: a provocação. Mas não a que é utilizada por incendiários imbuídos do simples desejo de carbonizar ideias e discussões.
Polêmico e contestador, o agora deputado federal pelo Psol do Rio usava a coluna que publicava às sextas-feiras como trincheira da reflexão contra o tédio mental do senso comum, através da defesa dos direitos dos homossexuais, ou da crítica ao gesso que uniformiza pensamentos.
Por conta de sua atividade no Congresso Nacional, o CORREIO perde - talvez temporariamente - a verve irônica do garoto pobre de Alagoinhas, intelectual por inquietação, e que ficou conhecido pela participação vitoriosa no Big Brother Brasil. Mas, antes da despedida, Jean Willys deixa de presente aos leitores um pouco do que faz sem medo: provocar.   

Umas de suas bandeiras na Câmara é a defesa da união civil entre casais do mesmo sexo. Há ambiente favorável a propostas como essa no Parlamento?
Na verdade, estou dando um passo adiante. Vou propor a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do casamento civil. O Judiciário já está em vias de dar um parecer favorável à união estável, que vai valer em todo Brasil. A gente vai propor a alteração da Constituição.

Se o estado é laico e o casamento é civil, e os homossexuais têm todos os deveres civis, eles devem ter também todos os direitos civis. Quanto à existência de um ambiente propício, acredito que a eleição de uma presidenta sinaliza uma mudança de visão. Mas, se eu conseguir apenas pautar o debate, já será um ganho. Aliás, minha presença da Câmara é um ganho. Sou o primeiro homossexual assumido, não homofóbico e ligado o movimento LGTB (Lésbicas, Gays, Transgêneros e Bissexuais) a chegar ao Congresso.

E Clodovil não conta?
Clodovil era gay assumido, mas era homofóbico e tinha rancor contra sua própria condição, se colocava contra as bandeiras históricas do movimento. Por isso, fiz essa distinção.

Sente algum preconceito na Câmara?
Se há, não é expresso de modo que eu possa perceber. Os deputados, de uma forma geral, têm uma relação excelente comigo. O único que vejo como opositor é Jair Bolsonaro (deputado federal pelo PP do Rio), que se coloca  contra as minhas bandeiras e até contra a minha presença no Congresso.

De onde vem essa oposição pública feita por Bolsonaro?
 O Bolsonaro é um cara que caricaturiza o ódio que parte da sociedade tem a quem não se enquadra no modelo de gênero definido pela sociedade. Mas é um ódio que a gente vê em todos ao lugares.
Qual foi sua posição em relação ao salário mínimo?
O Psol é um partido de oposição. Agora, é preciso distinguir o que é oposição de esquerda, a que o Psol faz, da oposição de direita, que é a do DEM e PSDB. Nossa bancada propôs uma emenda para reajustar o mínimo para R$700. Colocamos na emenda que esse aumento seria retroativo para janeiro e fevereiro. Por isso, a Mesa Diretora da Câmara considerou nossa emenda inconstitucional. O curioso é que os deputados concederam para eles um aumento no apagar das luzes, e que foi retroativo. Eles podem fazer isso, mas para o trabalhador não. 

Houve incômodo em ser comparado a outros candidatos celebridades, como Tiririca e Romário?
Não posso admitir que repórteres envolvidos na cobertura política cedam  à ignorância, a não ser que seja algo orquestrado. Que editorialmente pensem: “Nós queremos desautorizar esse candidato, por que ele representa bandeiras que não podem chegar ao Congresso”. Do contrário, é pura ignorância me comparar a Tiririca e a Romário. É o jornalista não se prestar sequer a pesquisar minha biografia. Mas acho legítimo que Romário, Tiririca e qualquer outro se candidate. A Constituição garante a qualquer cidadão se colocar como representante dos interesses do povo. O que acho vergonhoso são as capitanias hereditárias que dominam o Congresso Nacional. Pessoas que saíram do ostracismo, mas que a força da grana dos seus pais garantiu um lugar aqui. Se 1,3 milhão de pessoas votaram em Tiririca, isso não pode ser reconhecido como mero equívoco. Tem que se entender o tipo de imagem que o Congresso passa para o imaginário popular.

Por que se candidatar pelo Rio de Janeiro e não pela Bahia, onde você nasceu?
Primeiro, por uma questão prática. Moro no Rio há seis anos. Mudei meu domicilio, meu título de eleitor e me filiei ao Psol do Rio. Também não era candidato a Assembleia Legislativa, era candidato a deputado federal, que embora represente o estado dele, está na Câmara, na verdade, para defender os interesses do povo brasileiro. Por outro lado, devolvo a pergunta. Se fosse candidato pela Bahia, eu seria eleito?

Tem assistido o Big Brother Brasil?
Não tenho mais tempo. A legislatura, as aulas, são atividades que me impedem de ver televisão como antes. Uma coisa que gosto mais que reality show é novela, e não tenho tempo mais para ver nenhuma.

O fato de ser ex-BBB lhe incomoda?
De jeito nenhum. Se me incomodasse, não teria ido ao programa. Só acho lamentável quando tentam me reduzir a isso de má-fé. Tenho o maior orgulho de ter participado do programa. Foi maravilhoso, me abriu portas profissionais. Não só pelo programa, mas por que sou Jean Willys.

E a literatura? Quando vai ressurgir o Jean escritor?
Estou em negociação com a editora Leia para publicar meu quarto livro, que tem o titulo provisório de Bahia, Minha Preta. É um conjunto de minhas melhores crônicas. Algumas das quais escrevi para o CORREIO ao longo desses dois últimos anos.

Do CORREIO, é a segunda despedida, já que o jornal teve seu nome no quadro de repórteres... 
(interrompendo) Minha relação com o CORREIO é engraçada, de ida e volta. Foi o lugar onde cresci profissionalmente como jornalista, onde aprendi a fazer jornalismo bem. Estou me despedindo do CORREIO de novo por que a legislatura me impede de manter a coluna. Eventualmente, no futuro, se minha careira como parlamentar se encerrar neste mandato, fico feliz em saber que há espaço para o Jean Willys jornalista e escritor. Mas, vai me dar uma saudade grande. Adorava escrever a coluna e receber e-mails no dia seguinte. Muitos a favor, outros contra, mas sempre gerando o debate.

Quem vai sentir mais falta: Jean Willys dos leitores ou os leitores de Jean Willys?
(risos) Não sei, os leitores é que vão se manifestar. Sei apenas que vou sentir muita falta, porque era prazeroso escrever crônicas para o jornal, algo que dá um retorno sobre o que se escreve, se há reflexão, ódio ou amor. É o que sempre repito: não vim ao mundo para fazer sucesso, vim para fazer história.